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#TUemestre

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"Eu nasci  em 1971 , na gelada Curitiba. Acho que fui uma criança igual a todas as outras. Estudei no Bom Jesus, colégio franciscano de ensino rígido e cheguei a pegar a época de escutar o hino e ver a bandeira do Brasil subir lentamente . Apertando o forward, ainda em Curitiba,  fiz um ano e meio de Direito na UFPR e vi que eu não tinha o menor talento para fazer aquele curso. Entrei em Publicidade & Propaganda na PUCPR e me formei nos anos 90.

 

Montei um estúdio de fotografia publicitária e comecei a fotografar tudo o que aparecia pela frente. Tive clientes como o Governo do Estado do Paraná, O Boticário, Frimesa, Pão de Açúcar, Prefeitura de Curitiba, Calçados Bottero, Colégio Dom Bosco, Jóias Bergerson, Cimento Gerdau, Anuário Casa Cor ed PR entre outros. Em 2003 mudo para São Paulo e me formo em Jornalismo na Universidade Anhembi Morumbi.

 

No final de 2003 fui convidada pela Galeria Paparazzi para produzir uma exposição em homenagem ao aniversário de São Paulo, aproveitando o olhar de uma “forasteira”.  Em 2004 sou chamada para trabalhar no Jornal Folha de S. Paulo onde estou até os dias de hoje. Nesse meio tempo fiz frilas para as revistas IstoÉ, IstoÉ Dinheiro, Revista Planeta, Revista Casa&Jardim, Revista Joyce Pascowitch, Poder, Carta Capital, Época Negócios, Revista Veja São Paulo e Revista Veja."

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Tumob: Como e quando você começou a se interessar por Fotografia? Qual foi o seu primeiro dispositivo fotográfico?

 

Karime Xavier: Eu ganhei uma câmera no início da década de 90, uma Nikon F3, com uma lente zoom 35/135 mm, vinda realmentedo Japão...ela era maravilhosa! A partir dali um novo mundo se abriu...e é aquela coisa né...eu pensei: o Mundo é tão bonito que eu preciso registrar isso. Não só bonito na questão estética não, mas como ele se mostra para nós. Daí me encantei pela Fotografia. Todo mundo falava que ela encanta, que ela vicia, que ela seduz. Mas eu acabei seduzida, encantada por ela e então abracei a causa.

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TUmob: No início, como você escolhia os elementos que queria capturar com a sua lente?

 

Karime Xavier: Bom...eu morava em Curitiba e sempre no Outono e no Inverno a cidade ficava muito bonita, com uma luz diferente. E tinha também a questão da geada, a profusão de cores diferentes que a luz solar revelava, a mudança de texturas...então eu corria atrás de todo pôr de sol que poderia capturar com as minhas lentes. Na verdade, eu acho que sempre me interessei por luz e também pelas cores. Para mim o Preto e Branco é uma linguagem muito distante de mim. Sei apreciar as imagens sem cor, mas a minha história na Fotografia sempre envolveu a cor. E Curitiba era uma cidade que revelava muitas gamas de cores. O entardecer apresentava tonalidades de laranja, rosa, roxo, verde...então isso realmente me encantava. A palavra "encantamento" pode até parecer clichê, mas era o que acontecia. Eu também comecei a fotografar amigos, parentes, familiares para fazer testes de imagem com a minha máquina. Claro que era tudo analógico e então eu mesma fazia as experiências. Daí ficava anotando cada detalhe dos efeitos obtidos no controle da luz, no manuseio do foco, do obturador.  Como o filme era caro na época e eu não tinha muito dinheiro, eu tinha que ser assertiva. Eu pensava e contemplava sempre nos meus trabalhos a luz a ser capturada para não desperdiçar filme.

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TUmob: Ainda vivendo em Curitiba, no Paraná, você se formou em Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica (PUC). O que a levou a escolher essa área da Comunicação?

 

Karime Xavier: A Fotografia é um importante meio para você extravasar a sua criatividade. Eu percebi em mim essa criatividade, um interesse, uma curiosidade por quase tudo que eu via e ouvia. A Mídia, a Publicidade foi uma forma que encontrei de dar vazão a essa força criativa. Eu venho de uma família de advogados e cheguei a cursar Direito por um ano e meio. Mas não era a minha praia. Cursando Publicidade, descobri o caminho para a fotografia publicitária. E foi quando descobri que pouco se criava nessa atividade. Você praticamente recebe já tudo pronto para fazer a foto, os layouts tinham que ser seguidos à risca, até mesmo uma sombra idealizada pela agência ou pelo cliente tinha que estar lá na fotografia. Por outro lado, tive novamente que focar muito na luz antes de fazer as imagens e isso me ajudou muito. Apesar da minha formação acadêmica, a Fotografia sempre foi a minha base, o meu porto seguro. Eu brinco sempre, dizendo que ela é a minha melhor amiga! Na depressão, quando estou alegre, se estou namorando, em qualquer situação é ela quem me acompanha o tempo todo.

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TUmob: De que maneira os 15 anos em que se dedicou à Fotografia Publicitária influencia (ou) a maneira como você fotografa?

 

Karime Xavier: Na época não havia Photoshop. Eram os anos 90! A Fotografia era feita na raça, no olho. Eu sempre fui muito autodidata, não havia tutoriais no YouTube… (risos) então tive que praticamente aprender sozinha a trabalhar a luz para realizar um bom trabalho e ampliar minha clientela. Foi com a fotografia publicitária que eu aprendi que a luz não me controla...eu é que a domino! Isso é importantíssimo para um fotógrafo, mesmo que ele não trabalhe com iluminação artificial. Saber lidar com a luz é muito importante para qualquer fotógrafo. Além do mais, as latitudes dos filmes eram muito pequenas, não ofereciam margem para erros. Não se tinha o histogram, as curvas trazidas pelos softwares de tratamento. Não existia a possibilidade de corrigir a luz depois que a foto era feita. E isso me ajudou muito, exigiu muito da minha capacidade de experimentar e aprender. Eu tinha que compreender como a luz age e isso me ajudou muito, facilitou muito o meu trabalho. Saber o caminho a tomar reduz incrivelmente a possibilidade de erros.

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Tumob: Quando você decidiu que era hora de mudar-se para São Paulo? E o que a impulsionou a formar-se em outra área da Comunicação, o Jornalismo? E qual a sua relação com a Fotografia?

 

Karime Xavier: Eu me mudei para São Paulo em 2003, após uma profunda depressão. Eu tive que ressignificar muitas coisas na minha vida e me mudar para São Paulo foi uma delas. Eu tinha o desejo de começar uma nova história. Assim optei também pelo Jornalismo. Havia essa necessidade de iniciar uma nova história, por isso decidi mudar-me de Curitiba. Interessante dizer que até durante o período em que estive em depressão a Fotografia esteve presente e minha vida. Coincidentemente o meu anseio por mudança acontecia ao mesmo tempo em que o mundo se preparava para a transição do analógico para o digital. Então começaram a ocorrer várias mudanças ao mesmo tempo, em mim e no mundo, e aquilo me incentivou nessa busca por novos desafios.

 

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Tumob: Uma pesquisa divulgada em setembro de 2015 pelo Instituto Reuters de Estudos de Jornalismo da Universidade de Oxford em associação com a Universidade de Stirling na Escócia e a World Press Photo, revelou que a proporção de mulheres em relação ao total de homens no fotojornalismo foi estimada em torno de 15%. Você enfrentou ou enfrenta discriminação por ser mulher em um meio em que a maioria masculina se destaca?

 

Karime Xavier: Essa questão feminista bateu forte para mim há uns dois ou três anos, veio com muita força e me fez despertar. Esse é um caminho sem volta...aliás, só cresce a força e a necessidade de se ir adiante. Em relação ao preconceito ou machismo nas redações, o que fica evidente é o pequeno número de mulheres atuando na grande mídia e - mais evidente ainda - os tipos de cadernos a que são requisitadas. Ou seja, geralmente são envolvidas em matérias de menor relevância. Isso não é achismo, é fato e precisa ser corrigido com urgência. As redações precisam do olhar da mulher e da energia feminina para gerar o equilíbrio.

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TUmob: Você é fotógrafa da Folha de São Paulo há mais de 12 anos, certo? Como chegou à redação da Folha e como é a sua rotina no jornal? Quando foi que teve início - se é que houve - a "transição" da linguagem fotográfica focada na Publicidade para a focada no Jornalismo? Como essas duas linguagens dialogam na sua obra?

 

Karime Xavier: Por conta do período de depressão que enfrentei em Curitiba, quando cheguei em São Paulo eu tinha poucos equipamentos, todos ainda analógicos. Mas eu estava matriculada na faculdade de Jornalismo e já tinha um bom portfólio. Daqueles impressos em papel, mesmo, com pastas grandes que eu carregava comigo para mostrar o meu trabalho. Eu não tinha nada a perder e isso é significativo, eu achava que o que eu conseguisse, seria ótimo. Eu estava há um ano e meio sem fotografar, vendia espaços de mídia em cinemas! Então comecei a enviar currículos para diversas redações para apresentar o meu trabalho. Eu não conhecia ninguém, não fazia parte de grupos, panelinhas...Mas tive a ajuda de pessoas queridas, como a professora Cibele Buoro, (professora do curso de Jornalismo da Anhembi/Morumbi, que apresentou o meu portfólio para alguns profissionais importantes da Mídia e um dia fui chamada pelo fotógrafo Greg Salibian (Jornal Folha de São Paulo) para uma conversa. Ele me perguntou se eu teria interesse em fazer fotos para o jornal e é claro que eu concordei. Imediatamente, naquele instante, ele me encarregou de fotografar um padaria no bairro de Liberdade e eu topei na hora. Hoje eu não saberia dizer quantas horas eu fiquei naquela padaria, estudando as cenas. Até os pãezinhos que iriam aparecer eu ordenei para a sessão de fotos. Retornei com o resultado para a redação e eles gostaram, me enviando para mais uma missão que também foi bem sucedida. E assim comecei a fotografar para eles. Isso ocorreu entre 2004 e 2005, eu já usava uma Nikon digital e continuava focada no trabalho de iluminação, no trabalho com a luz. Talvez tenha sido isso que eu tenha trazido da Publicidade para o Jornalismo, essa preocupação, esse cuidado com a luz. Que, por sinal, é muito importante para a Fotografia.

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TUmob: Você já retratou - de forma muito particular - importantes celebridades, como os atores Edson Celulari Regina Duarte, e os cantores Ney Matogrosso e Alcione. Como é fotografar gente famosa? Suas personalidades extravasam para os pixels no momento do clique?

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Karime Xavier: Olha...fotografar personalidades, celebrities, é muito parecido com fotografar pessoas comuns. Só é pior porque eles sempre têm menos tempo para dedicar à sessão fotográfica. Às vezes é melhor fotografar pessoas "virgens", que não estejam tão habituadas. em `posar para as fotos, isso torna a coisa mais espontânea. No fim, somos todos seres humanos e o que conta são as personalidades distintas de cada um. 

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TUmob: Você enfrentou a transição da plataforma analógica para a digital? Como foi sua experiência?

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Karime Xavier: Sim, enfrentei. E foi um deslumbramento total. Porque a fotografia analógica deixava a gente nervosa, trabalhar com cromos e tudo...eu cheguei a comprar uma E6 Jobo para revelar minhas próprias chapas e slides no meu estúdio. Mas eu ficava neurótica, porque a gente não sabe como a foto vai ficar. E o cliente, você sabe, ele quer resultados. Quando eu vi pela primeira vez uma imagem sendo editada no computador, com todas aquelas possibilidades digitais de intervenção na imagem, decidi acabar com o estresse. Fique completamente deslumbrada, acho que me senti como os homens primitivos descobrindo o fogo ou a roda.

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TUmob: Como e quando você começou a se interessar pela fotografia feita com o celular? Quais foram, na sua opinião, as mudanças significativas na Fotografia, estimuladas pelo surgimento da tecnologia mobile?

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Karime Xavier: Eu sou super entusiasta da fotografia com celular. Eu dou conta mais de carregar equipamentos e o celular está ali, é a extensão da sua mão e dos seus olhos. Já fiz diversas viagens somente com o celular. Acho que esse tipo de fotografia lembra um pouco a questão da lomografia (movimento fotográfico que utiliza câmeras automáticas de baixo custo) na Rússia. É inegável a questão do imediatismo, do agora. Já faz muito tempo que não pego nas mãos uma fotografia impressa.  E a fotografia publicitária exige que se observe cada detalhe da imagem. Eu fotografei durante muito tempo alimentos e joias. E tratar uma imagem de uma joia, por exemplo, exige muito detalhamento, coisa que eu não sei se os celulares já são capazes de oferecer. Mas eu acho que esse é um caminho sem volta. Na questão da foto por celular, Deus não está mais nos detalhes...

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Tumob: Quais são, na sua opinião, as vantagens e desvantagens da fotografia mobile, como é feita hoje?

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Karime Xavier: A questão do baixo custo dos celulares em relação às câmeras profissionais é uma vantagem. A portabilidade, o fato de você não ter que carregar o peso de uma máquina com suas lentes também é outro fator positivo. Além do mais, você está com o celular o tempo todo e as coisas acontecem o tempo todo. Hoje as imagens dos assuntos interessantes, relevantes, não se perdem. Elas estão sendo capturadas o tempo todo pelas pessoas que carregam um celular. Seja filmando ou fotografando. Então acho que nisso ela (a fotografia mobile) ganha disparado. Ela deixa a desejar ainda na qualidade, o que é uma desvantagem. Mas dependendo do interesse das fabricantes, isso pode mudar. Como, por exemplo, a criação de um zoom digital que seja muito bom. Eu, pelo menos não conheço um celular que faça isso bem. Ou então um bom controle de foco e desfoque, que eu acho que é a poesia da fotografia convencional.

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TUmob: Um grande número de fotógrafos ainda considera a fotografia mobile inferior à produzida com máquinas e lentes sofisticadas. É assim no mercado de Imagens também? Existe a possibilidade de se fazer arte com os celulares?

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Karime Xavier: Óbvio que sim, é possível fazer arte fotográfica com o celular. Mas ainda questiono a qualidade. Penso que a qualidade ainda deixa muito a desejar. Quando eu faço uma imagem de celular, eu aviso: "Olha, essa imagem foi feita com celular". Porque o resultado pode não ser tão perfeito quanto o obtido com uma câmera, com seu arsenal de equipamentos, lentes, iluminação...Mas eu acho que a melhor máquina é aquela que você sabe usar e o próprio conteúdo, o assunto a ser fotografado. Já vi tanta gente com máquinas inferiores e que as imagens são repletas de sensibilidade e sentimento! E há tanta gente por aí com estúdios, equipamentos sofisticados, incapazes de extrair o melhor de uma cena. Acho que, nos casos em que se exige uma qualidade técnica superior, com detalhamento preciso, como na fotografia publicitária, o celular ainda deixa a desejar.

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TUmob: Você acredita na possibilidade de profissionalização da fotografia feita com dispositivos móveis? Quais as dicas que você daria para quem quer entrar no mercado usando o celular como ferramenta?

 

Karime Xavier:  Ah...eu não faço a mínima ideia. Não sei…tanta coisa que eu imaginava que não ia acontecer acabou rolando! Hoje se você filma em 4K, você corta um frame e vira uma foto. Isso era para mim uma coisa tão distante e já acontece! Muitas coisas estão acontecendo e de uma maneira muito veloz. Então não daria para eu profetizar nada. Se vai profissionalizar ou não (a fotografia mobile) dependerá também do interesse das fabricantes. Nesse estágio da tecnologia como é hoje, eu acho difícil. Hoje, por exemplo, vai acontecer um eclipse lunar (a entrevista foi realizada no dia 27 de julho, quando ocorreu o maior eclipse do século) você não conseguiria fazer uma boa foto com o celular. De qualquer maneira, não tem como saber de antemão. Se me falassem em 1995 que eu iria poder ver na tela do computador a pessoa que está falando comigo, estando em uma cidade ou até um País diferente, eu iria achar estranho, ia ficar pensando. E olha que eu sou uma entusiasta da tecnologia. Para falar a verdade, nem sei se haverá fotógrafos daqui a dez anos.

 

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TUmob: Como você analisa o surgimento de grupos e coletivos fotográficos dedicados à fotografia de celular?

 

Karime Xavier: Ah, eu acho isso tão normal! Isso promove a troca de ideias, fomenta a expertise do fazer fotográfico. Essa troca, essa conversa que acontece entre as pessoas de um grupo sempre vai ser interessante. Isso é inerente ao ser humano, a formação de grupos. A intercomunicação entre as pessoas, essa experiência coletiva é muito rica. Então acho normal a formação de grupos e sempre haverá mais. O celular dominou o mundo!

 

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TUmob: Nos conte um pouco sobre o ensaio exclusivo que preparou para a coluna #TUémestre. O conceito, a execução, os desafios…

 

Karime Xavier: Bom...as fotos que enviei para ilustrar essa entrevista foram feitas em momentos e lugares distintos. E foram feitas porque eu estava com um celular à mão. Talvez muitas delas não existiriam se eu não tivesse o celular. Porque eu não ando com o meu equipamento profissional, a minha câmera, a tiracolo. Não só porque ele é pesado, mas também por uma questão de segurança. Afinal, é a minha ferramenta de trabalho e se eu for assaltada, isso vai me prejudicar. Então, como estava com o celular, eu pude registrar essas imagens, elas existem. É muito mais o conceito do que a forma mesmo, a qualidade da coisa.

 

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TUmob: Você acredita na Fotografia como um mecanismo de transformação da sociedade? Por que?

 

Karime Xavier: Óbvio que sim! A Fotografia é uma arma potente, ela é muito potente. Eu vejo por mim, pela minha própria transformação. Eu faço parte da sociedade e, se ela mudou a mim, imagine quantos outros ela poderia transformar. Existem excelentes fotojornalistas que já realizam esse trabalho de promover a mudança, a transformação da sociedade.

 

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TUmob: Quais são os seus planos futuros?  

 

Karime Xavier: Continuar fotografando. Eu vou morrer fotografando, não importa se hoje, amanhã ou depois. Eu acredito que a função do fotógrafo, a profissão irá se transformar. Mas, independentemente dessa mudança, eu vou continuar a ver o mundo "enquadrado". É aí que eu me encontro, é a linguagem que eu sei falar e entender. Esse é o meu lugar.

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(M.B.)

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